André Ventura celebra crescimento do Chega e deixa aviso: “a mama vai mesmo acabar neste país”

Partido liderado por Ventura iguala número de deputados do PS e promete marcar uma nova era na política portuguesa

A noite eleitoral de 18 de maio de 2025 ficará para a história da política portuguesa como um momento de viragem, e André Ventura não escondeu a euforia com o resultado alcançado pelo Chega. O partido nacionalista somou 22,56% dos votos, conseguindo eleger 58 deputados, o mesmo número que o Partido Socialista, e consolidando-se como uma das principais forças políticas do país.

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Em declarações feitas na sede do Chega, em Lisboa, Ventura reagiu com entusiasmo e palavras fortes. O líder do partido criticou as empresas de sondagens, acusando-as de falharem nas previsões e declarou “o fim do bipartidarismo” em Portugal. Segundo Ventura, o Chega ultrapassou figuras históricas da democracia portuguesa: “Superámos o partido de Mário Soares, de António Guterres e varremos o Bloco de Esquerda do mapa com uma pinta nunca antes vista em Portugal”, afirmou perante uma sala repleta de apoiantes em festa.

André Ventura

O discurso de André Ventura ficou ainda marcado por uma das frases que tem repetido ao longo de toda a campanha: “A mama vai mesmo acabar neste país”. Uma expressão que, para o líder do Chega, simboliza o fim do que considera serem privilégios instalados nos partidos tradicionais e no aparelho do Estado. Esta retórica de confronto tem sido uma das marcas do estilo de Ventura, que galvaniza uma base de apoio cada vez mais ampla.

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Apesar da vitória da Aliança Democrática, liderada por Luís Montenegro, o Chega poderá desempenhar um papel fundamental na viabilização de um futuro governo. No entanto, Ventura foi cauteloso ao abordar este ponto. Quando questionado sobre a possibilidade de apoiar um executivo de centro-direita, respondeu: “O próximo governo depende do Chega e só do Chega”. No entanto, não revelou se pretende dar luz verde ao programa da AD, mantendo o suspense político.

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Com este resultado, o Chega deixa de ser visto apenas como um partido de protesto e entra definitivamente no xadrez das grandes decisões parlamentares. André Ventura sai fortalecido e com um discurso mais confiante do que nunca, prometendo mudanças estruturais e uma nova forma de fazer política em Portugal. Resta agora saber como se posicionará nas negociações que se avizinham e se será, de facto, peça-chave na formação do novo governo.