Na reta final da campanha para as Eleições Legislativas, André Ventura, de 42 anos, protagonizou um momento tenso ao sentir-se mal durante um comício em Tavira, na noite de terça-feira, 13 de maio…
O presidente do partido Chega colapsou subitamente em palco, logo após beber água e referir desconforto, sendo de imediato assistido por elementos da segurança, bombeiros e INEM.

O incidente obrigou ao transporte do líder partidário para o Hospital de Faro, onde passou a noite em observação e realizou exames clínicos. De acordo com fontes hospitalares citadas pela SIC, o diagnóstico foi de refluxo gastroesofágico com pico hipertensivo associado. Ventura teve alta hospitalar na manhã desta quarta-feira e reagiu ao episódio nas redes sociais, agradecendo o apoio recebido.
Contudo, o caso ganhou nova dimensão com as declarações polémicas de Ricardo Martins Pereira, conhecido como “O Arrumadinho”, jornalista, empresário e apoiante declarado da Iniciativa Liberal. Numa publicação no Instagram, o antigo comentador da TVI afirmou estar “absolutamente convencido” de que o episódio terá sido encenado com fins políticos.
“Eu não acredito naquele ataque súbito do André Ventura. Estou convencido de que foi tudo uma farsa para tirar dividendos políticos”, declarou, sugerindo que o incidente segue um padrão semelhante ao de figuras como Bolsonaro ou Trump, que também passaram por episódios hospitalares em campanha.

Martins Pereira apontou ainda o que considera serem incongruências visuais no vídeo de recuperação partilhado por Ventura, questionando a opção de gravar deitado numa cama com camisa aberta até ao peito, em vez de uma t-shirt comum.
A acusação incendiou as redes sociais, dividindo opiniões entre quem vê as palavras como uma denúncia legítima e os que consideram a afirmação irresponsável e leviana. Até ao momento, André Ventura não respondeu publicamente às insinuações de encenação.
Um incidente com impacto político

O episódio surge numa fase crítica da campanha eleitoral, com os partidos a intensificarem a comunicação com os eleitores. Para o Chega, que tem feito da presença direta nas ruas um dos pilares da sua estratégia, o incidente e a subsequente especulação podem ter implicações no discurso de vítima do sistema que Ventura tantas vezes invoca.