DEPUTADO ANGOLANO É SILENCIADO APÓS DEFENDER ANDRÉ VENTURA
Em um momento tenso no Parlamento angolano, o deputado Lourenço Domingo, do grupo parlamentar da UNITA, foi abruptamente silenciado após uma defesa contundente do político português André Ventura. A sessão, marcada por um clima de indignação e controvérsia, expôs a crescente insatisfação com a gestão do governo angolano, que, segundo o deputado, tem mantido o país em um estado de pobreza e endividamento.
Durante sua intervenção, Lourenço Domingo criticou o governo por apresentar números distantes da realidade vivida pelo povo angolano. Ele denunciou a corrupção e a má gestão dos recursos públicos, afirmando que as celebrações do 50º aniversário da independência foram realizadas com dinheiro emprestado, enquanto a população continua a sofrer. O deputado não hesitou em responsabilizar a elite política pelo agravamento da desigualdade e pela falta de perspectivas para o futuro do país.
A tensão aumentou quando a deputada Susana de Melo interveio, pedindo respeito às instituições e ao decoro parlamentar, sugerindo que a linguagem de Lourenço Domingo era desrespeitosa. No entanto, o deputado continuou a expor sua visão crítica, argumentando que a situação do povo de Cabinda e a ineficiência da companhia aérea nacional TAG eram questões urgentes que não podiam ser ignoradas.
O clima de urgência foi palpável, com Lourenço Domingo clamando por mudanças imediatas e responsabilização dos líderes. Ele alertou que a dependência do petróleo e a falta de diversificação econômica estavam hipotecando o futuro do país, e que a gestão atual estava empurrando Angola para um colapso financeiro.
Essa situação revela não apenas a crise política em Angola, mas também a crescente frustração de um povo que anseia por uma governança mais responsável e transparente. À medida que os debates se intensificam, fica claro que a voz da oposição, embora silenciada temporariamente, ressoa com a insatisfação de muitos angolanos que clamam por mudança e justiça. O que acontecerá a seguir no Parlamento angolano poderá definir o rumo do país em um momento crítico de sua história.
