Mãe da grávida da Murtosa ouviu filha a marcar encontro com arguido

Celeste Barbosa, mãe de Mónica Silva, revelou em tribunal ter escutado a filha combinar encontro com Fernando Valente, agora acusado de homicídio. Julgamento decorre à porta fechada em Aveiro

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O caso do desaparecimento de Mónica Silva, a jovem grávida da Murtosa que desapareceu na noite de 3 de outubro de 2023, voltou a marcar a atualidade judicial com novos pormenores emocionantes revelados em tribunal. Celeste Barbosa, mãe da vítima, testemunhou perante o Tribunal de Júri de Aveiro e confirmou que a filha havia marcado um encontro com Fernando Manuel Tavares Valente, o principal arguido, na véspera do seu desaparecimento.

Segundo o relato prestado em julgamento, Celeste ouviu a conversa da filha com Fernando Valente, através de uma chamada em alta-voz, durante o domingo anterior ao desaparecimento. O encontro ficou inicialmente marcado para segunda-feira, mas acabou por ser adiado pelo arguido, que alegou cansaço. A nova marcação foi feita para terça-feira, 3 de outubro, à noite — data em que Mónica foi vista pela última vez. A mãe só se apercebeu do desaparecimento no dia seguinte, após regressar de uma sessão de hemodiálise, quando foi informada pelos netos que a filha não tinha voltado para casa.

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Durante o seu depoimento, Celeste revelou ainda que a filha lhe tinha confidenciado que o bebé que esperava era filho de Fernando Valente. A jovem mãe teria pedido sigilo à sua própria mãe, referindo que o empresário queria manter a relação e a gravidez em segredo. Segundo Celeste, o motivo era social: Mónica era de origem humilde, ao passo que Fernando Valente pertencia a uma família da alta sociedade local. A revelação incluiu também a identidade dos supostos avós paternos do bebé — conhecidos na comunidade como “Mané Gaiolas” e “Rosa Florista”.

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O julgamento, que decorre à porta fechada, está a atrair grande atenção mediática, dado o elevado grau de comoção e o envolvimento de figuras locais influentes. O arguido, um economista e empresário de 37 anos, divorciado, tem-se mantido impassível no tribunal, sem demonstrar qualquer emoção ou interação com os familiares da vítima, comportamento que contrasta fortemente com o tom emotivo do testemunho da mãe de Mónica.