André Ventura, líder do Chega, fez uma declaração contundente durante uma entrevista à Renascença, afirmando: “Não vou ser o Presidente que dissolve a Assembleia da República até o Chega ganhar”. A afirmação surge em um momento crítico, com as eleições presidenciais se aproximando e o atual Presidente da República hospitalizado.
Ventura, que se posiciona como líder da oposição, destacou que sua intenção não é criar instabilidade política, mas sim buscar uma transformação no sistema português. Ele enfatizou que, se eleito, não se tornará um presidente que dissolve a Assembleia em busca de vantagens para seu partido.
A saúde do Presidente da República, que passou por uma operação de urgência, levantou questões sobre a transparência dos candidatos em relação a seus estados de saúde. Ventura reconheceu a importância do tema, mas se mostrou cético quanto à obrigatoriedade de divulgação de relatórios médicos.

O líder do Chega também abordou a sua candidatura, afirmando que não se considera um candidato à margem, mas sim um concorrente sério que busca um lugar no segundo turno. Ele manifestou confiança no apoio do eleitorado e criticou a possível hostilidade de um presidente que poderia tentar bloquear seu partido.

A entrevista abordou ainda a necessidade de uma revisão constitucional que amplie os poderes do Presidente da República, propondo um sistema mais claro e decisivo. Ventura defendeu um papel ativo e interventivo do presidente, contrastando com a imagem de um cargo meramente simbólico.

Em temas internacionais, Ventura expressou sua oposição ao envio de tropas portuguesas à Ucrânia e se posicionou contra o serviço militar obrigatório, defendendo alternativas para a defesa nacional. Ele também não hesitou em criticar líderes estrangeiros, como o primeiro-ministro espanhol, a quem chamou de corrupto.
A declaração de Ventura sobre não ser um presidente que dissolve a Assembleia é um sinal claro de sua intenção de mudar a narrativa política em Portugal. Enquanto o país se prepara para as eleições, suas palavras ressoam como um chamado à ação e à reflexão sobre o futuro do sistema político nacional.
