Justiça iliba o principal suspeito da morte da grávida da Murtosa. Família de Mónica sai em lágrimas e acusa o tribunal de proteger o assassino
Fernando Valente, apontado como o principal suspeito do desaparecimento e alegado homicídio de Mónica Silva — a grávida da Murtosa — foi absolvido esta terça-feira, 9 de julho, de todos os crimes de que era acusado. O tribunal de Aveiro determinou que não existiam provas suficientes para o condenar, colocando-o em liberdade imediata, após vários meses em prisão preventiva.
A decisão provocou uma onda de indignação dentro e fora da sala de audiências. A família da vítima ficou em choque e abandonou o tribunal em lágrimas. Celeste Barbosa, mãe de Mónica, não conteve a revolta e gritou em desespero: “A Justiça está a favor do assassino! A juíza não tem filhos, se tivesse pensaria duas vezes antes de o deixar sair em liberdade.”

O julgamento decorreu à porta fechada, deixando muitas dúvidas por esclarecer. O corpo de Mónica Silva continua desaparecido desde 2022, e a ausência de provas físicas, aliada a testemunhos contraditórios e denúncias de alegadas falhas na investigação da Polícia Judiciária de Aveiro, contribuíram para a absolvição. O coletivo de juízes optou por não arriscar uma condenação sem elementos materiais conclusivos.
A decisão lança agora um manto de impunidade sobre um dos casos mais mediáticos dos últimos anos, que comoveu o país pelo envolvimento de uma jovem grávida, um alegado amante e um desaparecimento sem rasto. O sentimento geral entre familiares e amigos é de que a verdade foi silenciada nos corredores do tribunal.
Enquanto Fernando Valente retoma a liberdade, a dor da família de Mónica aprofunda-se. “A minha filha foi esquecida. O culpado vai dormir na cama dele, e nós nem temos um corpo para enterrar”, lamentou a mãe, em lágrimas. A Procuradoria-Geral da República ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de recurso da decisão.