Chega lidera votos de emigrantes numa das primeiras mesas a fechar

Com 87 votos, o partido de André Ventura supera AD e PS na contagem inicial do círculo da emigração. Restam ainda cerca de 300 mil votos para definir o equilíbrio parlamenta

André Ventura

O partido Chega venceu numa das primeiras mesas de voto de eleitores emigrantes a fechar, esta terça-feira, reforçando a sua presença entre os portugueses no estrangeiro. Nesta secção, o Chega somou 87 votos, à frente da Aliança Democrática (AD), que recolheu 66, e do Partido Socialista (PS), que ficou ligeiramente atrás com 62 votos. Os resultados preliminares alimentam as expectativas de que o partido liderado por André Ventura possa conquistar terreno decisivo no desfecho da composição parlamentar.

A votação analisada corresponde a uma das primeiras urnas encerradas no processo eleitoral destinado à emigração, onde os cidadãos portugueses residentes fora do país também têm voz ativa na escolha dos seus representantes. Ao todo, foram contados 262 boletins válidos nesta mesa, o que representa uma pequena amostra, mas já revela tendências que poderão influenciar o panorama político nacional.

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Apesar deste avanço inicial do Chega, há ainda um universo significativo de votos por apurar. Estima-se que cerca de 300 mil boletins de voto de emigrantes aguardam contagem, dos quais aproximadamente 240 mil pertencem ao círculo eleitoral da Europa. Esta fase da contagem é crucial para determinar qual será a segunda força política em Portugal, uma vez que PS e Chega encontram-se atualmente empatados em número de deputados.

O desfecho da votação entre os emigrantes terá um impacto direto na atribuição dos últimos quatro mandatos em disputa. Dependendo da distribuição dos votos, poderá haver um desfecho surpreendente que desequilibre o atual empate técnico entre socialistas e o partido de direita radical. A contagem completa, que se espera finalizada nos próximos dias, será acompanhada com atenção por todas as forças políticas.

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Este desempenho do Chega entre os emigrantes, ainda que parcial, sinaliza uma possível mudança nas preferências do eleitorado fora de Portugal. O crescimento da sua influência entre os portugueses na diáspora poderá ser decisivo não só para a composição parlamentar, mas também para o rumo político do país nos próximos anos. As atenções voltam-se agora para os restantes votos que poderão confirmar ou alterar esta tendência.