Os debates presidenciais transformaram-se num ringue onde André Ventura se impôs com respostas contundentes que, repetidamente, silenciaram os seus adversários. O líder do Chega dominou os confrontos com uma retórica agressiva, voltando cada acusação contra os oponentes e centrando o discurso na segurança, imigração e corrupção.
No primeiro debate, António José Seguro tentou descredibilizá-lo com a frase “está na eleição errada”. Ventura ripostou de imediato, invertendo a acusação. Afirmou que a eleição errada foi a que deixou o país na crise após décadas de PS, partido do qual Seguro é histórico militante.
Ventura enumerou o que chamou de “herança” socialista: um milhão sem médico de família, jovens a emigrar e a destruição do SNS. Desafiou Seguro a assumir o apoio do PS se não tem vergonha dele, declarando-o “representante de todo o mal” que o partido fez ao país.
O confronto com Luís Marques Mendes foi sobre populismo. Acusado de o praticar, Ventura redefiniu o termo como “governar para os mesmos de sempre”. Destacou a diferença entre ambos: ele, conselheiro de estado eleito; Mendes, sempre nomeado “pelos amigos” para os cargos que teve.
A troca de palavras mais explosiva ocorreu com Catarina Martins. A candidata acusou Ventura de odiar Portugal e a sua diversidade. A resposta do líder do Chega foi um ataque direto às políticas de imigração da ex-líder do Bloco de Esquerda.

Ventura apresentou dados, afirmando que o tráfico de seres humanos aumentou 158% e o auxílio à imigração ilegal 300% durante a vigência de leis aprovadas com o apoio do BE. Culpou-a por permitir a entrada de pessoas com cadastro criminal.
O momento de maior tensão surgiu quando Catarina Martins se riu durante a sua intervenção. Ventura confrontou-a, perguntando se se ria das mulheres violadas e das lojas roubadas, vítimas dos crimes que atribuiu às políticas por ela defendidas.
Ao longo dos debates, Ventura posicionou-se como o único defensor intransigente de Portugal, atacando a classe política tradicional. A sua estratégia consistiu em rejeitar rótulos, apresentar-se como voz do povo e responsabilizar os adversários pelos problemas nacionais.
Esta performance sólida e combativa marca uma campanha onde Ventura procura capitalizar o descontentamento. Os momentos de silêncio dos oponentes, perante as suas acusações diretas, ilustram o impacto da sua retórica e definem o tom de uma corrida presidencial cada vez mais polarizada.